sábado, 21 de maio de 2011

O que é ciência?


O êxito em qualquer empreendimento decorre de um grande esforço trabalhando uma boa idéia. (Ramon y Cajal in Moraes, 1985)

1. O que é ciência ?

O homem não se faz sozinho, outrossim, aproveita toda a contribuição dos antepassados num processo chamado ontogênese. Cada um partilhará um pequeno pedaço do conhecimento construído por toda a humanidade, e por sua vez, acrescentará algo de novo para as gerações vindouras (Solages, 1964)
A tarefa própria de cada cientista consiste em estudar e caracterizar o que é próprio de sua disciplina”. (Solages, 1964, p. 19)
A Ciência, no sentido geral co termo caracteriza-se por seu método, a tal ponto que estudo metódico e quase sinômino de estudo cientifico.” (Solages, 1964, p. 20)
Segundo Solages (1964) são três as características do método cientifico: 1) O Rigor pois não é aproximativo, busca-se a exatidão; 2) A Ordem realiza-se sob certo esquema pré-definido; 3) Progressivo marcha constante, gradual e contínua.
Basicamente podemos considerar a Ciência como uma tentativa de mensurar, de ordenar o real. Uma tentativa de explicar, compreender e controlar os fenômenos. Nesse propósito tenta estabelecer regras que ordenem as coisas. Estes princípios vão de uma visão ingênua e espontaneista da natureza, neste aspecto há tendências para se atribuir explicações sobrenaturais para os fenômenos. Para Ciência, propriamente dita, o que se procurar é um caminho epistemológico, que seguindo padrões comuns e reprodutíveis, dêem explicações e justificativas para os fenômenos (Senra, 1989).
Para Ferrari (1981) a ciência pode ser considerada subjetivamente enquanto se trata de um conhecimento reflexivo sobre as coisas, ou seja, é aquilo que se pressupõe sobre algo, que vem instantaneamente sobre um objeto, é um tipo de conhecimento vulgar (comum) das idéias e suposições. Quando se considera a ciência de forma objetiva é um conjunto de verdades, princípios e leis adquiridos por meio de sistemas e métodos.
Segundo Lungarzo (1995) o traço que marca a ciência do senso comum é o processo de obtenção, justificação e transmissão do conhecimento. Embora  este traço não seja muito nítido em algumas situações. E ainda podemos expor certas propriedades que são típicas da atividades cientificas:
I.       Ela é critica;
II.    Pode ser submetida a testes e analises e controles;
III. É organizada;
IV.  É prognisticadora;
V.     É geral
Podemos dividir a ciência em duas categorias: as ciências abstratas (Lógica e Matemática) e as ciências factuais (Naturais e Humanas, também chamadas de Biológicas, Exatas e Humanas).
O que distingue a Ciência do conhecimento popular são alguns requisitos característicos. Neale & Leibert (1986) destacam três características na ciência que são: Precisão e fidedignidade; Atitude critica; Linguagem e notação. Ferrari (1981) dá como requisitos: a consulta direta das fontes, uma reunião crítica de seus elementos, apresentação escrita dos resultados segundo critérios metodológicos padronizados.
Neale & Liebert (1986) falam sobre outras características: Predição, controle e busca por relações causais; relações entre pesquisa e teoria; criação versus tratamentos naturais; laboratório versus analise de campo; pesquisa básica versus pesquisa aplicada; diferenças individuais.

2. O que é pesquisa ?

Os trabalhos científicos são meios para a divulgação de resultados de uma pesquisa a respeito de um tema qualquer. Segundo Ferrari (1981) há dois tipos de trabalhos, o primeiro tem um caráter preparatório, uma introdução a estudos posteriores mais aprofundados, normalmente são apresentados no ultimo ano dos cursos de graduação e também nos cursos de pós-graduação lato-sensu no Brasil. Comumente constituem-se de compilações de literatura, de estudos mais genéricos que tendem a iniciar o desenvolvimento de uma visão critica sobre uma certa questão.Além de preparar o aluno no uso das normas metodológicas e a organizar sua vida de estudos. Permitindo um vislumbre do que é uma pesquisa cientifica. Não é exigido a originalidade do tema de estudo por parte do estudante.
O segundo tipo de trabalho cientifico é aquele em que o aluno deve apresentar estudos mais profundos, que contribuam para o aprofundamento daquele campo do saber. Quanto maior a titulação auferida maior será o rigor exigido, inclusive no que diz respeito à originalidade do tema.
Senra (1989) afirma que uma pesquisa é a tentativa de se mensurar o real. É o processo pelo qual iremos estabelecer uma medida concreta dos fatos observáveis. Sem supervalorização ou subestimação do que se vê.
Cabe aqui algumas conceituações: Tese é o trabalho cientifico que se apresenta como um dos requisitos para curso de doutorado, nela se exige a originalidade no tema, todo o rigor metodológico entre outros requisitos. Dissertação é o que se exige no curso de mestrado, a originalidade não é tão importante. E, Monografia ou Trabalho de Conclusão de Curso é o que se apresenta nos cursos de graduação. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS - ABNT, 2001).
Para Moraes (1985) a originalidade de um trabalho de pesquisa é algo difícil de ser atribuído, devido ao grande número de pesquisas feitas atualmente. Podemos dizer que a originalidade pode ser encontrada no prisma de análise de um fato conhecido, para ele improvisação é quando diante de um problema se apresenta uma solução inédita, não sistematizada. Criatividade é versatilidade. É saber o que não se sabe. É fantasiar brincar com as idéias.
Para Tuckman (1988) pesquisa é um conjunto de medidas e ações para providenciar respostas para perguntas. A pesquisa básica diz respeito ao estabelecimento de relações entre duas ou mais variáveis.
As características do processo de pesquisa são: Sistemático, Lógico, Empírico, Replicável, Transmissível, Redutiva.
No processo de pesquisa há três grandes passos que se seguem para elaborar uma pesquisa: Estruturação, Implantação e execução (Senra, 1989). Estes três passos básicos podem ser divididos em vários outros que segundo Tuckman (1988) são:
I.       Identificação do problema.
II.    Revisão de literatura.
III. Construção de hipóteses.
IV.  Identificação de classificação de variáveis.
V.     Construção de definições operacionais.
VI.  Manipulação e controle de variáveis.
VII.Construção do design da pesquisa.
VIII.Identificação e construção de plano de observação e mensuração.
IX.  Construção de questionário e entrevistas.
X.     Tratamento estatístico dos dados.
XI.  Usos do computador para o tratamento e analise de dados.
XII.Escrevendo o relatório da pesquisa.
XIII.Condução de estudos de avaliação.
XIV.Condução de pesquisa qualitativa.
Do item 1 ao 5 são as etapas chamadas lógicas ou conceituais.
Do item 6 ao 14 são os estágios metodológicos.
Os indivíduos com tendências criativas demonstram marcante curiosidade, persistência, tolerância, inconformismo e espírito de contestação (Moraes, 1985, p 08).
Para finalizar, um detalhe que deve ser observado é o custo da pesquisa. Quanto tempo? Quanto em dinheiro há disponível para a execução da pesquisa? Dependendo dos recursos o tipo de pesquisa poderá ser influenciado, tanto no sentido de ampliar a pesquisa, quanto em reduzi-la.

3. Por que fazer uma tese

Para Moares (1985) uma pesquisa terá uma repercussão social nos seguintes aspectos:
  • Criar líderes, professores, cientistas eruditos em todas as áreas.
  • Descobrir novas compreensões e novos conhecimentos.
  • Servir como centro de análises dos problemas que a comunidade, o estado e o mundo enfrentam.
Segundo Sidman (1988) uma pesquisa serve para: Testar hipóteses; Responder a curiosidade do  investigador; Verificar a eficácia  de um método ou técnica; Estabelecer a existência de um fenômeno; Explorar as condições sob as quais um fenômeno ocorre.
Para Eco (1998) há duas razões para se fazer uma tese: a primeira é pela obrigatoriedade, é um requisito para a obtenção do diploma; a segunda razão, é pelo prazer, pela superação, pela aquisição de novos conhecimentos.
Elaborar uma monografia, segundo Eco (1998), significa a oportunidade de se aprofundar em seus conhecimentos sobre um determinado tema, que seja de seu interesse e que o ajude no seu crescimento profissional, ou seja, uma introdução, um pré-estudo, que irá prepará-lo para estudos mais profundos e demorados em níveis mais avançados (Mestrado e Doutorado). Eco (1998) discrimina seis  ações que são desencadeadas pela produção de uma tese: 1) identificação do tema escolhido; 2) recolhimento de documentos sobre o tema escolhido; 3) por em ordem os documentos; 4) reexaminar o tema à luz da documentação escolhida; 5) dar forma às reflexões precedentes; 6) empenhar-se para que o leitor compreenda o que se quis dizer sobre o tema.
Tudo isso, em resumo, significa que a produção de uma tese é um meio para se aprender a pôr em ordem as suas próprias idéias.

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